DETERMINAÇÃO DA TRAJETÓRIA DOS TEMPORAIS NAS ZONAS TEMPERADAS

 

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Devido a possibilidade da proximidade de duas ou mais depressões e a frequente formação de ventos "secundários" que seguidamente giram em sentido ciclónico ao redor da depressão principal, causa distorções nas isóbaras dificultando a determinação de qual lado da depressão o navio se encontra. Não se pode esquecer que todos os fenômenos meteorológicos (como alta ou baixa do barômetro, rotação do vento, etc.) aparecem muito desfigurados, nos navios de alta velocidade. Entretanto, o capitão do navio, que tem sempre em mente aproveitar a direção do vento ( exemplo de barcos à vela) deverá considerar as contingências e possibilidades que oferecerá o vento "provável", deverá também com muito cuidado analisar a classe de nuvens que cobrem o céu, como sinal orientador da localização do navio com relação ao núcleo depressionário e da direção para onde este se move. Sobretudo no surgimento de nuvens altas (cirrus,cirrostratus e cirrocumulus, Fig. 2) se são em grande quantidade, significa quase sempre a proximidade de uma depressão.

Fig. 1 - Classes de nuvens

Fig. 1 - Classes de nuvens

Some-se a observação da direção para onde se movem as nuvens altas, normalmente coincide aproximadamente com a direção do vento na superfície do mar, por outro lado, na parte frontal da depressão, as nuvens altas se movem seguindo quase o rumo desta mesma depressão.

Quando se aproxima do navio um vento secundário do ciclone (furacões, tornados e tufões) se notará antes de passar por ele: Primeiro, tenues nuvens cirrosas, logo nuvens estratiformes obscuras, que não tardarão em aglomerarse formando densos nimbus de chuva; o vento, até então fraco, refrescará e soprará na forma de fortes rachadas violentas e precipitará forte chuva (embora de curta duração). Logo, o vento se acalma e diminui a chuva e quase sempre o barómetro sobe um pouco. Depois de umas horas o vento e a chuva voltam a se intensificar - o navio deixa então o ciclone para trás - embora para cesar rapidamente se observarão cúmulus irregulares em grande quantidade que aos poucos vão desaparecendo deixando o tempo limpo para a navegação. 


Fig. 2 - Carta metereológica

Claro está que, com o barômetro e uma interpretação judiciosa das leis dos ventos, assim como a análise atenta das variações de direção do vento podem se tirar conclusões sobre o sentido em que se move o centro depressionário e a situação que ocupa o navio com respeitoao núcleo ciclónico.


Fig. 3 - Zonas climáticas

a) Se se supõe que o navio está parado, à direita da trajetória de um centro de altas ou baixas pressões, predominará ventos dextrorsum (ou seja, ventos que tendem a girar no sentido dos ponteiros do relógio), e à esquerda desta mesma trajetória ventos a sinistrorsum (ventos que giram ao contrário dos ponteiros do relógio). Esta regra é aplicada aos dois hemisférios.

Fig. 4 - Barômetro


b) No hemisfério norte - o observador postando-se de costas para o vento - a pressão baromêtrica mais baixa se encontrará para frente do observador e para esquerda, enquanto que a pressão mais alta ficará para atrás e à direita.

c) No hemisfério sul -  o observador postando-se de costas para o vento - a pressão baromêtrica mais baixa se encontrará para frente e à esquerda.


Fig. 5 - Regras de Buys-Ballot

A experiência ensina que, um centro de baixas pressões, na sua progressão, quase sempre se afasta para a esquerda (no hemisfério sul para a direita) de um centro de altas pressões bem definido, assim como de uma região onde predominem ocasionalmente temperaturtas máximas. Analisando o movimento das depressões, observou-se que seguem de preferência determinadas trajetórias. As depressões erráticas sucessivas também tendem a seguir a mesma direção. Quando uma depressão tem estrutura muito irregular, quase sempre se extende perpendicularmente na direção em que as pressões barométricas aumentam com maior rapidez (ou seja, perpendicular ao gradiente máximo). As depressões usualmente seguem mesmo assim, a direção onde são máximas as variações termométricas ou barométricas. A prática demonstra que as massas de baixas  pressões se propagam também, muitas vezes, na direção onde é mais estendida a zona de precipitações.

Quase sempre, uma depressão avança na direção de zonas de mínima resistência, quer dizer, no sentido onde os ventos são demasiado fracos com relação aos gradientes ou não sopram mais do que ventos débeis, ou onde o domínio dos ventos cuja direção não correspondem a configuração das isóbaras. As depressões secundárias, que se formam nos bordes da principal e vão rodeadas por seu próprio "sistema de ventos", tem um movimento extremamente irregular; mormente avançam na direção dos ciclões principais e algumas vezes giram em torno deles em sentido ciclonal. Mas, quando estes mínimos secundários se acham próximo a um anticiclone, não é raro que permaneçam certo tempo estacionários, para depois seguir uma trajetória absolutamente imprevisível. Em adendo, o movimento dos ciclones e anticiclones está intimamente ligado aos fenômenos que ocorrem em altas camadas atmosféricas e na estratosfera, dos quais não tem conhecimento do observador.


Fig. 6 - Ciclone e Anticiclone

Ciclones e Anticiclones

As massas de ar tendem a deslocar-se das áreas de mais alta pressão para aquelas de mais baixa pressão. Elementos que caracterizam ambas as áreas são os ciclones e os anticiclones. Os primeiros - ciclones - consistem num centro de convergência de ventos, por razão da baixa pressão.
Já o segundo - anticiclone - consiste num centro de dispersão de ventos, por motivo da alta pressão que encerra. Dada a convergência de ventos para uma só área, os ciclones normalmente portam grandes distúrbios climáticos, ao passo que a dispersão de ventos gerada pelos anticiclones faz com que estes sejam portadores de climas caracterizados por calmaria.

Assim como as correntes oceânicas, há diferenciação no sentido de deslocamento de ventos de ciclones e anticiclones do hemisfério sul para o hemisfério norte. A dispersão de ventos dos ciclones segue a orientação dos ponteiros de um relógio no hemisfério norte (sentido-horário), enquanto os ciclones do hemisfério sul seguem orientação anti-horária.

Exatamente o oposto ocorre com os anticiclones: no hemisfério sul seguem orientação de sentido horário, enquanto no hemisfério norte seguem orientação anti-horária. Dadas as influências das estações do ano sobre as temperaturas das diversas regiões do planeta, além da alteração das correntes de ar e das massas continentais, os ciclones por consequência deslocam-se por trilhas bastante previsíveis.

Os ciclones são fatores responsáveis pela circulação de massas de ar quentes e frias. Nas diversas regiões do mundo, os ciclones recebem denominações diversas: furacões, tornados e tufões.

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Veja também: DETERMINAÇÃO DA TRAJETÓRIA DOS TEMPORAIS NAS ZONAS TROPICAIS



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